Semana retrasada, o pessoal do Jornal
O Povo me chamou para uma entrevista sobre pessoas com deficiência no mercado de trabalho (como assim deficientes? não entendi nada! veja lá no
Resumo Semanal do K-Log #129). o pessoal do CEPID (Centro de Profissionalização Inclusiva para a Pessoa com Deficiência) lembraram de mim, me contataram sobre essa matéria e aceitei, não antes falar com a minha mãe
Depois de entrevistado, tiraram fotos lá no meu trabalho, e anteontem (dia 28/08), a matéria saiu tanto no Jornal impresso quanto no site do jornal.
Mas como a matéria só dá pra mostrar quem estiver olhando pelo PC (não dá pra versão mobile), decidi repostar a matéria aqui no K-Log, já que aqui dá pra ver tanto no PC quanto nas versões mobile (smartphones, celulares e tablets).
Fiquem aí com a matéria e até mais tarde com o Manual do Mundo
A oportunidade vence o preconceito
Parece natural. Todo jovem, na busca do primeiro emprego, escuta alguns “nãos”, mas no caso de Kildare Sena as negativas eram ainda mais constantes. O preconceito era uma das barreiras que ele encontrava para ingressar no mercado de trabalho. Apesar da competência, as empresas não conseguiam lidar com um funcionário autista. Mas ele insistiu.
“Eu trabalhei em um shopping como auxiliar administrativo. Trabalhava com esperança de que eu pudesse ficar muito mais tempo, mas eu só fiquei durante o período de experiência”, narra. A frustração foi inevitável, mas aos poucos deu lugar para mudança de rumos. Ele soube que o Centro de Profissionalização Inclusiva para a Pessoa com Deficiência (Cepid), na Barra do Ceará, oferece cursos de formação e encontra vagas no mercado de trabalho para quem, como ele, tem alguma deficiência. Kildare resolveu tentar mais uma vez.
Depois de fazer um curso de fotografia no Cepid, foi chamado para uma vaga em uma empresa de educação para atuar no setor administrativo. No entanto, com habilidades com programas de computador, foi realocado como editor de áudio e vídeo. Era o que ele queria. “Eu pensei que lá seria como o meu emprego no shopping. Mas não foi”. Já faz quase três anos que Kildare conseguiu entrar no mercado de trabalho, e sonha. “Gosto tanto que quero me aposentar aqui”, diz.
Na empresa, Kildare desenvolve as habilidades e também experimenta a liberdade de ser quem é. Ele conta, com orgulho, que se sente integrado ao setor, o que não aconteceu em outras oportunidades. As frustrações se acabaram - para felicidade dele e também da mãe, Arila Pinheiro, 56 anos.
“Ele mudou e muito. Ficou mais adulto, criou responsabilidades que antes não tinha”, comenta. Para ela, foi uma forma de o filho (e a família) transpor barreiras. “Ele tem especificidades, algumas dificuldades. E as pessoas não entendiam isso”, completa.
Todo o processo, de seleção até a adaptação de Kildare no emprego, foi acompanhado por profissionais do Cepid. O centro, gerido pelo Governo do Estado, oferece cursos de formação e qualificação nas áreas de indústria, comércio e serviços em turmas para pessoas com deficiência ou não.
Isso, segundo o gerente de formação do centro, Adriano Pordeus, facilita o processo de inclusão. “É um trabalho de conscientização. Precisamos reforçar autoestima deles e mostrar que são capazes de produzir”, insiste.
Serviço
Centro de Profissionalização Inclusiva para a Pessoa com Deficiência (Cepid)Onde: avenida Senador Robert Kennedy, 128 - Barra do CearáQuando: segunda a sexta-feira, das 8 horas às 17 horasInformações: (85) 3101 2653
828 PESSOAS com deficiência já ingressaram no mercado de trabalho com a mediação do Cepid
Conhecer
O Cepid oferece cursos de formação gratuitos para pessoas com e sem deficiência, em salas inclusivas. Os interessados podem participar das turmas de assistente administrativo, recepcionista, operador de vendas e repositor de mercadorias. O centro auxilia na busca de vagas e acompanha as pessoas no mercado de trabalho, em mediação com as empresas.